Faço parte de uma feliz geração
Que nasceu praticamente sem ter nada
Nem mesmo se bebia água gelada
Era água da cacimba ou cacimbão
Quando menino andava nu, de pé no chão
Tomava banho de riacho e cachoeira
No pescoço carregava a baladeira
Pois meu esporte preferido era caçar
E às vezes em que eu saía para pescar
Trazia piaba e cará na enfieira*.
Aprendi fazer meu próprio landuá*
Que papai, com paciência, me ensinou
E agradeço ao meu velho o que hoje sou
Que desde cedo me botou pra trabalhar
E cedinho me fazia se levantar
E mandava eu bater minha enxada
Ia pro roçado, e a labuta era pesada
E ao voltar, à tardezinha, ia jogar bola
E à noitinha ainda ia para a escola
Pois sabia que sem estudo eu ia ser nada.
Na minha época se tinha mais amor
Aos mais velhos se respeitava mais
Outra coisa que aprendi com os meus pais
Foi a sempre respeitar meu professor
Por ser ele do meu futuro o construtor
Sempre o tive em grande relevância
Pois aprendi com ele a importância
De saber expressar uma opinião
Pois o “SABER” nos liberta da prisão
Que nos prende à terrível ignorância.
Hoje, ao olhar a nossa jovem e bela gente
Veja que ela já tem tudo em sua mão
Mas parece que não tem a disposição
Que tinha aquela turma de antigamente
É uma geração muito esquisita, diferente
“Ser ou não ser... tanto faz... tudo é normal”,
U’a geração de amizade virtual
E que não sabe o valor de uma amizade
U’a juventude sem garra, sem vontade...
E que não luta em prol de um ideal.
Mas no dia em que eu morrer, e no céu chegar
E dar de cara com Jesus, meu Salvador
No tribunal, sentar em frente ao meu Senhor
E quando Ele meus pecados for julgar
Vou pedir pro Senhor me condenar
E me mandar para a Terra novamente
Nem que me mande em um corpo diferente
Ao meu Senhor vou dizer: “Aceitarei!
Mas ainda outro pedido a Ti farei:
EU QUERO SER DA GERAÇÃO DE ANTIGAMENTE.”
João Rodrigues
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