quinta-feira, 26 de maio de 2016

Minha doce infância


Ainda me lembro dos doces dias de minha infância, hoje um pouco desbotada pelo tempo, mas clara em minha memória como uma noite enluarada no sertão.
Naquele tempo, minha rua (na verdade era meu terreiro) era uma festa toda noite. Meninos brincando de bola de meia, de casamento, do poço, pega-pega, esconde-esconde, bila, pneu velho, banho de chuva, enfim, de uma série de brincadeiras; brincadeiras essas que não vejo meu filho e sobrinhos brincando hoje (eles usam brinquedos eletrônicos, que compram prontos).
Durante o dia, sob as árvores – pés de oiticicas, pés de cajueiros –, ou na beira do riacho, a meninada pingava fogo. Era um pra lá e pra cá, um vai e vem, um corre-corre danado... ninguém parava.
As casas pequenas davam um sinal de que ali residiam pessoas humildes, simples, mas a limpeza sinalizava pessoas limpas e decentes, o que dava um certo ar de tranquilidade ao meu lugar. Nossos pais não se preocupavam quando íamos para a escola sozinhos, ou quando saímos para comprar algo na bodega, ou quando íamos pra casa de um vizinho ou tio, pois sabiam que não havia perigo – a não ser uma vaca recém-parida ou um cachorro doido. À noite, não saíamos sozinhos mesmo, pois tínhamos medo de alma, de caipora, de amortalhado...

Hoje, distante muitos anos daquilo tudo, me lembro com saudade daquela época que não volta mais. Mesmo assim, sabendo que nunca mais voltarei a ter uma doce infância, sou feliz por ter tido essa doce infância e por saber que ela continua vivinha da silva dentro de mim. 

João Rodrigues prevê novos lançamentos para junho



Para este ano, já estão previstas duas publicações de minha autoria: o cordel "João Batista, o precursor", que será lançado durante as novenas de São João, no Riacho; e "Fábulas em cordel", previsto também para o final  de junho, no Sarau Poético do Riacho.

O cordel de São João conta a história de João Batista, de seu nascimento à morte, e tem 56 estrofes (sextilha - estrofes de seis versos). A obra foi oferecida à Capela de São João, que ficará responsável pela tiragem. Toda a arrecadação será destinada à Capela.

Já o livro "Fábulas em cordel" terá 8 fábulas de Esopo e mais duas de minha própria autoria - 10 no total. Contém 131 estrofes em septilha (estrofes com sete versos). Cada fábula terá uma ilustração (vazada - não colorida), feita pelo desenhista e pintor Francisco José, também filho do Riacho.

A obra é excelente para ser trabalhada em sala de aula do 3º ao 5º Ano, pois tem conteúdo, ilustração e vocabulário adequados para essa faixa etária.

As fábulas são:

A raposa e as uvas
O cão e o osso
O leão e o ratinho
O velho cão e seu dono
A tartaruga e a lebre
A raposa e a cegonha
A assembleia dos ratos
A cigarra e a formiga
Lagarta-de-fogo (nem tudo que brilha é ouro) - João Rodrigues 
O menino que queria falar bichonês - João Rodrigues

terça-feira, 24 de maio de 2016

Lançamento de livro em Groaíras

Ontem à noite (23/05), estive com um grupo de amigos reriutabenses em Groaíras – uma pequena cidade do interior cearense, de aproximadamente 10 mil habitantes – para o lançamento de mais uma obra de Glen Adison, escritor local, completando sua trilogia “Os 7 pesadelos do Riacho”.
Chegamos lá às sete da noite. Na verdade, fomos os primeiros. O lançamento aconteceu no Centro de Cultura local! Pois é, lá existe um Centro de Cultura, com biblioteca e auditório! Lá também existe uma lei de incentivo ao livro e à leitura! Fiquei admirado.
Logo em seguida, Glen chegou. Compramos nossos exemplares, que foram autografados, claro, tiramos fotos com o autor e depois fomos ao auditório para assistirmos à cerimônia com falas do prefeito e outras personalidades locais, inclusive o autor.
Depois de tudo, teve uma esquete teatral baseada no livro de Glen. Muito legal. Após o encerramento do evento, fomos ao Memorial Padre Mororó, que também está imortalizado na obra citada.
Porém, o mais interessante foi ver pessoas (escritores, poetas) de várias cidades prestigiando o evento (Reriutaba, Varjota, Senador Sá, Marco, Sobral). Uma verdadeira integração, pois a leitura e a escrita unem, agregam, expandem...

Eu nunca havia ido a Groaíras. E a conheci exatamente em uma esplêndida noite literária. Não poderia ter havido melhor momento.
Parabéns, Glen Adison! Você, com certeza, deixa Groaíras orgulhosa!