O ano não me lembro bem. Talvez 1994
ou 95. Cheguei ao Aterro do Flamengo, de madrugada, para jogar futebol e lá
estava uma galera do Riacho – entre eles o Renato. Um garoto ainda. Entrei no
segundo tempo. Perdemos aquela partida.
No final do jogo, nos reunimos e
decidimos montar um time do Riacho: eu, Renato, Joãozinho do Chichico, Luciano,
Moisés, Chaguinha da Luizinha, e completamos a equipe com outros jogadores
cearenses. Éramos uma turma de garotos. Eu era o mais velho com uns 22 23 ou
anos. O Renato jogava na zaga com o Joãozinho.
Formamos um bom time, e a partir
da segunda partida começaram as vitórias. Jogamos mais de 20 partidas e só
perdemos duas. Ele era esforçado, assim como todo o time.
Hoje, enquanto escrevo esta
crônica, vasculho minhas memórias e vejo um Renato quase menino, correndo,
marcando, vibrando com os gols que fazíamos e com os que ele e Joãozinho
evitavam. Depois das partidas, uma roda de conversa para matar a saudade de
casa. Muita risada. Tudo era divertido. Éramos jovens ainda. Tudo era bom
demais.
Na semana seguinte, outro jogo. Logo
após o apito final, mais conversa, e depois íamos pra casa felizes, pois
sabíamos que nos encontraríamos na próxima partida.
Hoje, vinte anos depois (mais ou
menos), o apito final para Renato foi definitivo. Ele não estará mais conosco
na próxima partida. O nosso time está desfalcado agora; a morte fez com que ele
pendurasse a chuteira para sempre.
Se soubéssemos que iria ser
assim, teríamos esticado nossas rodas de conversa; teríamos rido mais; teríamos
marcado mais partidas. Mas na vida nunca se sabe quando vai ser o apito final.
Mas valeu, Renato. Você fez sua
parte. Perdemos juntos, xingamos juntos, vibramos juntos e vencemos juntos. Porém
agora você vai ter que trilhar seu novo caminho sem a nossa companhia, mas não
sozinho, pois estaremos aqui, no campo da vida, jogando e torcendo por você.
O jogo para você terminou, mas seu
abraço ficará marcado para sempre em nosso coração. Vai com Deus, pois nós
ainda continuaremos a jogar até o dia em que ouvirmos o nosso apito final.
Um abração de toda aquela galera
do Aterro: João Félix, Luciano, Chaguinha, Joãozinho e mais outros que não
lembro mais do nome, mas que fizeram parte daquela equipe vencedora.
Que Deus tenha você na equipe
Dele!
Por: João Rodrigues
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